quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Sistema Digestório

Aluna: Christine Lobo

Digestão é o processo metabólico (catabolismo) que consiste na transformação ou “quebra” de macromoléculas em micromoléculas. As macromoléculas são moléculas orgânicas complexas, enquanto as micromoléculas são moléculas orgânicas simples. Como as células só conseguem absorver moléculas orgânicas simples, o organismo ajuda a transformar várias macromoléculas, permitindo que o nosso corpo funcione diariamente e possua energia e nutrientes através da alimentação.
Catabolismo consiste na fase do metabolismo em que ocorre a degradação, destruição ou análise pelo organismo das moléculas complexas em moléculas simples.
Amido: carboidrato que gera glicose.
Proteína: gera aminoácidos.
Sacarose: glicídio que gera frutose e glicose.
Gordura: lipídio que gera ácido graxo e glicerol.
Ácidos nucleicos: geram nucleotídeos.

Os lipídios podem ser gordura, óleo ou cera. Já os carboidratos podem ser classificados como monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
As reações de digestão são de hidrólise, ou seja, a água participa do procedimento que é uma reação catabólica, transformando moléculas complexas em simples. Nesse processo, as enzimas irão desmontar moléculas, que entram em desequilíbrio eletroquímico. Por esse motivo, uma molécula água será destruída para ceder seus átomos às moléculas degradadas.
Um exemplo da quebra de uma macromolécula é quando a enzima peptidase atua sobre aminoácidos unidos. Quando a peptidase faz com que a ligação entre as moléculas se quebre, estas entram em desequilíbrio e a água recupera tal equilíbrio associando-se aos átomos que precisam de mais ligações.

Digestão
- Intracelular: digestão que ocorre dentro das células. O lisossomo realiza tal processo, liberando enzimas para realizar a hidrólise, reação catabólica que transforma moléculas complexas em simples.
- Extracelular: digestão que ocorre fora da célula. É aquela com maior predominância em nosso organismo, cuja principal função é a de adquirir moléculas orgânicas simples. É a digestão que a maioria dos animais realiza.
Vantagem da digestão extracelular: o tamanho da partícula (alimento) limita a variedade de macromoléculas que podem ser ingeridas no interior da célula. Por isso, a vantagem da digestão extracelular é a de que uma maior variedade de nutrientes pode ser digerida.
Na digestão intracelular uma menor variedade de alimentos pode ser digerida.
Evolução dos Sistemas Digestórios dos Invertebrados
Poríferos: somente fazem digestão intracelular.
Cnidários: fazem digestão intracelular e extracelular.
Platelmintos: fazem digestão predominantemente extracelular.
Demais filos: somente extracelular.
Vertebrados: somente extracelular.

Planária

Um animal acelomado, protostomado e predador que se alimenta de outros seres vivos pela faringe. A planária se rasteja pelo fundo do mar e agarra com a mandíbula os animais que se encontram abaixo dela na cadeia alimentar.

                                                 
A planária possui um tubo chamado de intestino, que é repleto de ramificações. Desse modo, há maior espaço para a digestão, já que há um aumento da superfície interna que realiza a quebra de moléculas.Com o aumento da superfície interna, há um aumento da quantidade de alimento digerido e um aumento da absorção dos alimentos digeridos.  Entretanto, o fluxo de moléculas é mais lento.
A planária não possui sangue, mas possui moléculas mesequimais que digerem moléculas simples.
O tubo digestório da planária (que só possui boca) é formado por uma faringe protátil (exteriorizada), o que facilita a captação do alimento sugado e por um intestino ramificado.
O sistema digestório dos platelmintos como a planária é incompleto, ou seja, a boca é a única abertura para o exterior, não possuindo ânus, caracterizando os animais como protostomados. O que não é utilizado na digestão é eliminado pela boca. 
Todo ser acelomado não detém músculo, coração e sangue, por não possuir um celoma inicial.
A partir dos anelídeos, todos os animais passam a apresentar tudo digestório completo (boca e ânus). Isso é vantajoso, porque desse modo, o fluxo de moléculas será mais rápido. A entrada e a saída de moléculas no corpo são mais rápidas e o metabolismo passa a ser mais intenso. Seu grau de complexidade aumenta a partir do momento que o ATP produzido aumenta.
Tubo digestório Completo
O tubo digestório passa a ser caracterizado como completo com o surgimento de glândulas anexas ao tubo digestório: glândulas salivares, pâncreas e fígado. As glândulas anexas ao tubo digestório representam uma vantagem evolutiva na medida em que possibilitam um maior arsenal enzimático, ocupando pouco espaço ao mesmo tempo, já que encontram-se alojadas no antigo celoma (cavidade interna). Quanto maior a variedade de enzimas, mais moléculas poderão ser digeridas por essas.
O pâncreas e as glândulas salivares liberam enzimas para que a digestão possa suceder. Já o fígado tem como principal função produzir a bile e liberá-la para a vesícula biliar, onde esta ficará armazenada.
Portanto, a existência do ânus, de ramificações no intestino e de glândulas anexas caracteriza um tubo digestório completo.
Sistema Digestório Humano
O tubo digestório é composto pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso.

1) Boca: é a primeira estrutura do sistema digestório. A abertura entre o lábio superior e o lábio inferior chama-se fenda bucal. Ela serve de comunicação do tubo digestório com o meio externo; é por ela que entram os alimentos. O assoalho da boca é ocupado pela língua, que contribui para a mistura dos alimentos com a saliva, mantém o alimento junto aos dentes, empurra o alimento para a faringe e é o órgão importante da fala. A língua apresenta ainda as papilas linguais, estruturas responsáveis pela gustação. Anexas à boca estão três pares de glândulas salivares, que são órgãos produtores de saliva.
A saliva contém uma enzima do tipo amilase, chamada ptialina, que age sobre o amido e o transforma no açúcar maltose. A saliva amolece e umedece o alimento (insalivação), reduzindo o atrito entre o alimento e a parede do esôfago.
A boca é responsável também por um fenômeno mecânico: a trituração. Com esse processo, há um aumento da superfície de contato e as enzimas passam a poder atuar de maneira mais livre, causando um aumento da área de ação enzimática. Se a molécula não fosse triturada, demoraria um tempo para as enzimas chegarem ao centro da molécula.
. Deglutição: Após a mastigação e a salivação, forma-se o que chamamos de bolo alimentar, que é deglutido (engolido). Após o ato de engolir, o bolo alimentar passa pela faringe e chega ao esôfago.
3) Faringe: é um órgão alongado, situado logo após a boca. Ela se comunica com a boca, com as cavidades nasais, com a laringe e com o esôfago.  Quando o alimento chega a ela, os músculos de sua parede se contraem e empurram o alimento para o esôfago. 
A faringe é um órgão comum ao sistema digestório e ao sistema respiratório. Se o ar entra no organismo de alguém, ocorre a elevação de uma válvula chamada epiglote (na região da glote) e esse ar segue para a traqueia. Quando um alimento está na faringe, a epiglote abaixa para que a laringe se eleve e esse alimento siga para o esôfago.
O fenômeno do engasgo acontece quando o alimento entra pela abertura da traqueia, ao invés de seguir para o esôfago e, por alguns segundos, o indivíduo passa a não conseguir inspirar. No momento em que engasgamos, o alimento retorna à faringe e segue para o esôfago (onde não há problema com a entrada de ar).
2) Esôfago: é um tubo musculoso oco, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral e que conecta a garganta ao estômago. A parte superior do esôfago tem uma área especial do músculo que se afrouxa, abrindo o esôfago quando sente a presença de alimentos ou de líquidos. É no esôfago que acontecem os movimentos peristálticos, responsáveis por empurrar o alimento ao longo do tubo digestório, para que ocorra sua digestão.
3) Estômago: No estômago, os movimentos peristálticos misturam o bolo alimentar ao suco gástrico, produzido pelas glândulas da mucosa no estômago. Esse suco contém ácido clorídrico, que mantém a acidez estomacal, dando condição favorável ao trabalho das enzimas do estômago.
O estômago pode ser considerado um órgão armazenador e digestor. Ele possui duas válvulas situadas em suas extremidades: a cárdia e o piloro. A primeira válvula, encontrada no começo do estômago, chama-se cárdia e a segunda válvula, no final do estômago, chama-se piloro.  Enquanto a comida está descendo pelo esôfago e chegando ao estômago, a cárdia se abre e o piloro permanece fechado. A partir do momento em que as duas válvulas se fecham, ocorre o armazenamento de alimento no órgão.
Quando o piloro abre, o alimento passa a ser jogado aos poucos pelo piloro em direção ao duodeno. Caso o piloro ficasse permanentemente aberto, haveria a digestão incompleta.
Azia: fenômeno que causa a sensação de queimação no esôfago causado pela abertura temporária, mas contínua da cárdia (quando ela folga), para que o alimento comece a passar de forma mais rápida. Isso produz refluxo.                                                                                                                                      Vômito: é quando ocorre o peristaltismo invertido, para que possa haver a eliminação do excesso de alimento. É quando o estômago recebe pressão para cima, expulsando o alimento ingerido.

                                            

Antes de chegar ao estômago, o alimento proveniente da boca, nessa fase da digestão chamado bolo alimentar, tem o pH neutro. Quando o bolo alimentar alcança o estômago, por causa do suco gástrico (que possui HCl e enzimas digestórias) produzido pelo órgão, este bolo passará a ter o pH ácido, ideal para o funcionamento das enzimas.
As principais substâncias digeridas pelo estômago são as proteínas através das enzimas chamadas de pepsina. As proteínas passam a transformar-se em peptídeos. Para recordar: proteína é uma cadeia com muitos aminoácidos, enquanto um peptídeo é uma cadeia com poucos aminoácidos.
Portanto, pode-se dizer que as principais funções do estômago são reter e digerir alimento, contendo pH ácido e digerindo principalmente proteínas.
Até esse momento ocorreu, em ordem, a formação do bolo alimentar que passou pelo processo de deglutição, tendo seguido para o esôfago. Com os movimentos peristálticos, esse bolo alimentar alcançou o estômago.

4) Intestino Delgado

A partir do momento em que o bolo alimentar segue para o estômago e lá sofre digestão e armazenamento, ele passa a ser chamado de quimo. No intestino delgado, ocorre a maior parte da digestão dos nutrientes, bem como a sua absorção, ou seja, a assimilação das substâncias nutritivas.
A primeira porção do intestino delgado é chamada de duodeno, aonde o quimo chega ácido. Entretanto, o duodeno possui pH básico pela liberação de bicarbonato de sódio.
No duodeno já ocorre a digestão de vários tipos de moléculas, entre elas proteínas, amido, gordura, ácidos nucleicos e sacarose. Apesar dessa digestão intensa que ocorre no duodeno, ele recebe a ajuda de três órgãos que se conectam a ele: o pâncreas, vesícula biliar e o fígado.
O fígado e o pâncreas lançam as suas respectivas secreções para o duodeno. Nessa primeira porção do intestino delgado, é realizada principalmente, a digestão química – com a ação conjunta da bile, do suco pancreático e do suco entérico ou intestinal atuando sobre o quimo (que passa a ser quilo).
É importante ressaltar que a vesícula biliar é responsável por armazenar a bile e por secreta-la no duodeno, mas quem a produz é o fígado. A bile auxilia na digestão da gordura, aumentando a superfície de contato de uma gota de gordura, partindo-a em várias gotículas em um processo chamado de emulsificação.
O pâncreas é um órgão com grandes funções, entre elas produzir enzimas digestivas e hormônios que controlam o açúcar presente no sangue (glucagon e insulina).

Outras funções do fígado
. Ação desintoxicante: o fígado age como desintoxicador de várias substâncias estranhas ao nosso corpo e que podem nos prejudicar. Entre elas, medicamentos, drogas e álcool. Assim, ele transforma produtos tóxicos em não tóxicos. Uma das toxinas muito utilizadas pelos seres humanos é o álcool etílico, absorvido no estômago. A maior parte dessa substância vai para o fígado, enquanto uma menor quantidade segue para o sangue (o que causa a embriaguez nos indivíduos). No interior do retículo endoplasmático liso das células hepáticas, o álcool ingerido transforma-se em gordura. Às vezes, as células hepáticas passam a ser tomadas por gordura, causando um quadro de cirrose, que acarreta na consequente morte dessas células.
Apesar de o fígado possuir enzimas suficientes para metabolizar substâncias tóxicas, não se pode exagerar na ingestão delas. O fígado se ressente com o excesso.
. Metabolismo do colesterol: quimicamente é um álcool, mas é uma molécula cujo funcionamento se assemelha aos dos lipídios. A partir da matéria prima que ingerimos, o fígado produz colesterol, grãos que são liberados no sangue. Às vezes, o acúmulo de colesterol na vesícula biliar causa uma pedra.
. Armazenamento de glicogênio

Pâncreas
O pâncreas produz o suco pancreático, que possui H2O e enzimas e cujo pH é básico. É importante ressaltar que, na boca o bolo alimentar possui pH neutro, já no estômago, ele possui pH ácido e no duodeno, devido ao suco pancreático, possui pH básico.
Algumas substâncias passam então a ser digeridas no duodeno pelo suco pancreático, que contém enzimas digestivas. O amido é transformado em maltose a partir da amilase pancreática. A proteína, a partir da tripsina e da quimotripsina, é transformada em peptídeo. A gordura, através da lipase pancreática, transforma-se em glicerol e ácido graxo. E os ácidos nucleicos, a partir da nuclease, transformam-se em nucleotídeos.

Duodeno                                                                                                                                            As enzimas produzidas pelas células duodenais formam o suco entérico. Essas enzimas podem ser: lipase entérica, maltase (que desdobra a glicose), sacarase (que desdobra a sacarose em frutose e glicose) e a nuclease.
Toda essa digestão acontece no duodeno, que recebeu o suco pancreático do pâncreas e a bile da vesícula biliar.
Saindo do duodeno, chegamos ao jejuno e no íleo, uma porção do sistema que chamamos de jejuno-íleo.

Jejuno-íleo
A superfície de contato do jejuno-íleo possui é muito extensa. Sua função é absorver moléculas orgânicas simples (nutrientes) para distribui-las para o sangue. Quanto maior a superfície de contato, mais eficiente será a absorção desse material.

                                           
O alimento demora um longo tempo para passar pelo jejuno-íleo e isso se deve às alças intestinais, dobras que essa porção do sistema digestório possui que aumentam a superfície de contato e o tempo para absorver os nutrientes. Por toda a extensão do jejuno-íleo existem as vilosidades e microvilosidades intestinais, diretamente ligados a capilares sanguíneos. Nesses locais, as moléculas orgânicas são digeridas e passam para o sangue.
Glândulas anexas: aumento da superfície interna e da possibilidade de digerir uma variedade maior de alimentos.
Microvilosidades, vilosidades e alças intestinais: possibilidade maior de absorção das moléculas orgânicas.
5) Intestino Grosso
No intestino grosso ocorre a reabsorção da água. O material que lá chega forma as fezes (resíduos da digestão) e nelas há matéria orgânica. O que libera as fezes do organismo são os movimentos peristálticos.
Conclusão do Sistema Digestório
Nome dado ao alimento:
. Na boca: bolo alimentar                                                                                                                                   . No estômago: quimo                                                                                                                                                              . No duodeno: quilo
O pâncreas é uma glândula que possui uma parte endócrina e uma parte exócrina. Sua parte exócrina libera o suco pancreático no duodeno e sua parte endócrina libera insulina (ação hipoglicemiante) e glucagon (ação hiperglicemiante), que são hormônios, no sangue.
A insulina diminui a quantidade de glicose no sangue. As células recebem parte dela, mas grande parte dessa glicose é recebida pelo fígado, que é o grande armazenador de glicose, formando o glicogênio (polissacarídeo), a reserva energética dos animais. Se a glicose for acumulada no sangue, toda a pressão arterial é alterada, porque o sangue fica hipertônico em relação às células. Assim, a pessoa começa a urinar muito mais com a presença de glicose na urina, o que não é algo comum (sinal de diabete).
Aquele que ingere muita bebida alcóolica, enche a urina de glicose. O álcool passa a ser utilizado pelo organismo como fonte de energia, ao invés da glicose (que faz falta nas células). A pessoa desidrata e normalmente sente fome (falta de glicose na célula). Esse álcool usado como fonte de energia vira gordura quando o primeiro é absorvido pelo fígado e o retículo endoplasmático liso das células hepáticas o transforma em gordura. A pessoa urina muito quando bebe porque o álcool inibe o hormônio anti-diurético produzido em nosso corpo.
Um dos sinais de ressaca é a sede (quando uma pessoa perde muita água). O álcool também é um agente dilatador de capilares sanguíneos. Então, as terminações nervosas são mais pressionadas, provocando dor de cabeça.


















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