Aluna: Christine Lobo
Digestão é o
processo metabólico (catabolismo) que consiste na transformação ou “quebra” de
macromoléculas em micromoléculas. As macromoléculas são moléculas orgânicas
complexas, enquanto as micromoléculas são moléculas orgânicas simples. Como as
células só conseguem absorver moléculas orgânicas simples, o organismo ajuda a
transformar várias macromoléculas, permitindo que o nosso corpo funcione
diariamente e possua energia e nutrientes através da alimentação.
Catabolismo
consiste na fase do metabolismo em que ocorre a degradação, destruição ou
análise pelo organismo das moléculas complexas em moléculas simples.
Amido: carboidrato que gera glicose.
Proteína: gera aminoácidos.
Sacarose: glicídio que gera frutose e glicose.
Gordura: lipídio que gera ácido graxo e
glicerol.
Ácidos nucleicos: geram nucleotídeos.
Os lipídios
podem ser gordura, óleo ou cera. Já os carboidratos podem ser classificados
como monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
As reações de
digestão são de hidrólise,
ou seja, a água participa do procedimento que é uma reação catabólica,
transformando moléculas complexas em simples. Nesse processo, as enzimas irão
desmontar moléculas, que entram em desequilíbrio eletroquímico. Por esse
motivo, uma molécula água será destruída para ceder seus átomos às moléculas
degradadas.
Um exemplo da
quebra de uma macromolécula é quando a enzima peptidase atua sobre aminoácidos
unidos. Quando a peptidase faz com que a ligação entre as moléculas se quebre,
estas entram em desequilíbrio e a água recupera tal equilíbrio associando-se
aos átomos que precisam de mais ligações.
Digestão
- Intracelular:
digestão que ocorre dentro
das células. O lisossomo realiza tal processo, liberando enzimas para realizar
a hidrólise, reação catabólica que transforma moléculas complexas em simples.
-
Extracelular: digestão que
ocorre fora da célula. É aquela com maior predominância em nosso organismo,
cuja principal função é a de adquirir moléculas orgânicas simples. É a digestão
que a maioria dos animais realiza.
Vantagem da
digestão extracelular: o tamanho da partícula (alimento) limita a variedade de
macromoléculas que podem ser ingeridas no interior da célula. Por isso, a
vantagem da digestão extracelular é a de que uma maior variedade de nutrientes
pode ser digerida.
Na digestão
intracelular uma menor variedade de alimentos pode ser digerida.
Evolução dos
Sistemas Digestórios dos Invertebrados
Poríferos: somente fazem digestão intracelular.
Cnidários: fazem digestão intracelular e
extracelular.
Platelmintos: fazem digestão predominantemente
extracelular.
Demais filos: somente extracelular.
Vertebrados: somente extracelular.
Planária
Um animal
acelomado, protostomado e predador que se alimenta de outros seres vivos pela
faringe. A planária se rasteja pelo fundo do mar e agarra com a mandíbula os
animais que se encontram abaixo dela na cadeia alimentar.
A planária possui
um tubo chamado de intestino, que é repleto de ramificações. Desse modo, há
maior espaço para a digestão, já que há um aumento da superfície interna que
realiza a quebra de moléculas.Com o aumento da superfície interna, há um
aumento da quantidade de alimento digerido e um aumento da absorção dos
alimentos digeridos. Entretanto, o fluxo
de moléculas é mais lento.
A planária não
possui sangue, mas possui moléculas mesequimais que digerem moléculas simples.
O tubo
digestório da planária (que só possui boca) é formado por uma faringe protátil
(exteriorizada), o que facilita a captação do alimento sugado e por um
intestino ramificado.
O sistema
digestório dos platelmintos como a planária é incompleto, ou seja, a boca é a única abertura para o exterior, não
possuindo ânus, caracterizando os animais como protostomados. O que não
é utilizado na digestão é eliminado pela boca.
Todo ser
acelomado não detém músculo, coração e sangue, por não possuir um celoma
inicial.
A partir dos
anelídeos, todos os animais passam a apresentar tudo digestório completo (boca
e ânus). Isso é vantajoso, porque desse modo, o fluxo de moléculas será mais
rápido. A entrada e a saída de moléculas no corpo são mais rápidas e o
metabolismo passa a ser mais intenso. Seu grau de complexidade aumenta a partir
do momento que o ATP produzido aumenta.
Tubo
digestório Completo
O tubo
digestório passa a ser caracterizado como completo com o surgimento de
glândulas anexas ao tubo digestório: glândulas salivares, pâncreas e fígado. As
glândulas anexas ao tubo digestório representam uma vantagem evolutiva na
medida em que possibilitam um maior arsenal enzimático, ocupando pouco espaço
ao mesmo tempo, já que encontram-se alojadas no antigo celoma (cavidade
interna). Quanto maior a variedade de enzimas, mais moléculas poderão ser
digeridas por essas.
O pâncreas e as
glândulas salivares liberam enzimas para que a digestão possa suceder. Já o
fígado tem como principal função produzir a bile e liberá-la para a vesícula
biliar, onde esta ficará armazenada.
Portanto, a
existência do ânus, de ramificações no intestino e de glândulas anexas
caracteriza um tubo digestório completo.
Sistema
Digestório Humano
O tubo digestório
é composto pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino
delgado e intestino grosso.
1)
Boca: é a primeira
estrutura do sistema digestório. A abertura entre o lábio superior e o lábio
inferior chama-se fenda bucal. Ela serve de comunicação do tubo digestório com
o meio externo; é por ela que entram os alimentos. O assoalho da boca é ocupado pela língua,
que contribui para a mistura dos alimentos com a saliva, mantém o alimento
junto aos dentes, empurra o alimento para a faringe e é o órgão importante da
fala. A língua apresenta ainda as papilas linguais,
estruturas responsáveis pela gustação. Anexas à boca estão três pares de glândulas
salivares, que são órgãos produtores de
saliva.
A saliva contém uma enzima do tipo amilase, chamada ptialina,
que age sobre o amido e o transforma no açúcar maltose. A saliva amolece e
umedece o alimento (insalivação), reduzindo o atrito entre o alimento e a
parede do esôfago.
A boca é
responsável também por um fenômeno mecânico: a trituração. Com esse processo,
há um aumento da superfície de contato e as enzimas passam a poder atuar de
maneira mais livre, causando um aumento da área de ação enzimática. Se a
molécula não fosse triturada, demoraria um tempo para as enzimas chegarem ao
centro da molécula.
. Deglutição: Após a mastigação e a salivação, forma-se o que
chamamos de bolo alimentar, que é deglutido
(engolido). Após o ato de engolir, o bolo alimentar passa pela faringe e chega
ao esôfago.
3) Faringe: é um órgão alongado, situado logo após a
boca. Ela se comunica com a boca, com as cavidades nasais, com a laringe e com
o esôfago. Quando o alimento chega a ela, os músculos de sua parede se
contraem e empurram o alimento para o esôfago.
A faringe é um
órgão comum ao sistema digestório e ao sistema respiratório. Se o ar entra no
organismo de alguém, ocorre a elevação de uma válvula chamada epiglote (na
região da glote) e esse ar segue para a traqueia. Quando um alimento está na
faringe, a epiglote abaixa para que a laringe se eleve e esse alimento siga
para o esôfago.
O fenômeno do
engasgo acontece quando o alimento entra pela abertura da traqueia, ao invés de
seguir para o esôfago e, por alguns segundos, o indivíduo passa a não conseguir
inspirar. No momento em que engasgamos, o alimento retorna à faringe e segue
para o esôfago (onde não há problema com a entrada de ar).
2) Esôfago: é um tubo musculoso oco, localizado
entre a traqueia e a coluna vertebral e que conecta a garganta ao estômago.
A parte superior do esôfago tem uma área especial do músculo que se afrouxa,
abrindo o esôfago quando sente a presença de alimentos ou de líquidos. É no esôfago que acontecem os
movimentos peristálticos, responsáveis por empurrar o alimento ao longo do tubo
digestório, para que ocorra sua digestão.
3) Estômago: No
estômago, os movimentos peristálticos misturam o bolo alimentar ao suco gástrico, produzido pelas
glândulas da mucosa no estômago. Esse suco contém ácido clorídrico, que mantém
a acidez estomacal, dando condição favorável ao trabalho das enzimas do
estômago.
O estômago pode ser considerado um órgão armazenador e
digestor. Ele possui duas válvulas situadas em suas extremidades: a cárdia e o
piloro. A primeira válvula, encontrada no começo do estômago, chama-se cárdia e
a segunda válvula, no final do estômago, chama-se piloro. Enquanto a comida está descendo pelo esôfago
e chegando ao estômago, a cárdia se abre e o piloro permanece fechado. A partir
do momento em que as duas válvulas se fecham, ocorre o armazenamento de
alimento no órgão.
Quando o piloro abre, o alimento passa a ser jogado aos
poucos pelo piloro em direção ao duodeno. Caso o piloro ficasse permanentemente
aberto, haveria a digestão incompleta.
Azia: fenômeno que causa a sensação de queimação no
esôfago causado pela abertura temporária, mas contínua da cárdia (quando ela
folga), para que o alimento comece a passar de forma mais rápida. Isso produz
refluxo. Vômito:
é quando ocorre o peristaltismo invertido, para que possa haver a
eliminação do excesso de alimento. É quando o estômago recebe pressão para
cima, expulsando o alimento ingerido.
Antes de chegar ao estômago, o alimento proveniente da boca,
nessa fase da digestão chamado bolo alimentar, tem o pH neutro. Quando o bolo
alimentar alcança o estômago, por causa do suco gástrico (que possui HCl e
enzimas digestórias) produzido pelo órgão, este bolo passará a ter o pH ácido,
ideal para o funcionamento das enzimas.
As principais substâncias digeridas pelo estômago são as
proteínas através das enzimas chamadas de pepsina. As proteínas passam a
transformar-se em peptídeos. Para recordar: proteína é uma cadeia com muitos
aminoácidos, enquanto um peptídeo é uma cadeia com poucos aminoácidos.
Portanto, pode-se dizer que as principais funções do
estômago são reter e digerir alimento, contendo pH ácido e digerindo
principalmente proteínas.
Até esse momento ocorreu, em ordem, a formação do bolo
alimentar que passou pelo processo de deglutição, tendo seguido para o esôfago.
Com os movimentos peristálticos, esse bolo alimentar alcançou o estômago.
4) Intestino
Delgado
A partir do momento em que o bolo alimentar segue para o
estômago e lá sofre digestão e armazenamento, ele passa a ser chamado de quimo.
No intestino delgado,
ocorre a maior parte da digestão dos nutrientes, bem como a sua absorção, ou
seja, a assimilação das substâncias nutritivas.
A primeira porção do intestino delgado é chamada de duodeno, aonde o quimo
chega ácido. Entretanto, o duodeno possui pH básico pela liberação de
bicarbonato de sódio.
No duodeno já ocorre a digestão de vários tipos de
moléculas, entre elas proteínas, amido, gordura, ácidos nucleicos e sacarose.
Apesar dessa digestão intensa que ocorre no duodeno, ele recebe a ajuda de três
órgãos que se conectam a ele: o pâncreas, vesícula biliar e o fígado.
O fígado e o
pâncreas lançam as suas respectivas secreções para o duodeno. Nessa primeira
porção do intestino delgado, é realizada principalmente, a digestão química –
com a ação conjunta da bile, do suco pancreático e do suco entérico ou
intestinal atuando sobre o quimo (que passa a ser quilo).
É importante ressaltar que a vesícula biliar é responsável
por armazenar a bile e por secreta-la no duodeno, mas quem a produz é o fígado.
A bile auxilia na digestão da gordura, aumentando a superfície de contato de
uma gota de gordura, partindo-a em várias gotículas em um processo chamado de emulsificação.
O pâncreas é um órgão com grandes funções, entre elas
produzir enzimas digestivas e hormônios que controlam o açúcar presente no
sangue (glucagon e insulina).
Outras funções
do fígado
. Ação desintoxicante: o fígado age como desintoxicador de
várias substâncias estranhas ao nosso corpo e que podem nos prejudicar. Entre
elas, medicamentos, drogas e álcool. Assim, ele transforma produtos tóxicos em
não tóxicos. Uma das toxinas muito utilizadas pelos seres humanos é o álcool
etílico, absorvido no estômago. A maior parte dessa substância vai para o
fígado, enquanto uma menor quantidade segue para o sangue (o que causa a
embriaguez nos indivíduos). No interior do retículo endoplasmático liso das
células hepáticas, o álcool ingerido transforma-se em gordura. Às vezes, as
células hepáticas passam a ser tomadas por gordura, causando um quadro de
cirrose, que acarreta na consequente morte dessas células.
Apesar de o fígado possuir enzimas suficientes para
metabolizar substâncias tóxicas, não se pode exagerar na ingestão delas. O
fígado se ressente com o excesso.
. Metabolismo do colesterol: quimicamente é um álcool, mas é
uma molécula cujo funcionamento se assemelha aos dos lipídios. A partir da
matéria prima que ingerimos, o fígado produz colesterol, grãos que são
liberados no sangue. Às vezes, o acúmulo de colesterol na vesícula biliar causa
uma pedra.
. Armazenamento de glicogênio
Pâncreas
O pâncreas
produz o suco pancreático, que possui H2O e enzimas e cujo pH é
básico. É importante ressaltar que, na boca o bolo alimentar possui pH neutro,
já no estômago, ele possui pH ácido e no duodeno, devido ao suco pancreático,
possui pH básico.
Algumas
substâncias passam então a ser digeridas no duodeno pelo suco pancreático, que
contém enzimas digestivas. O amido é transformado em maltose a partir da
amilase pancreática. A proteína, a partir da tripsina e da quimotripsina, é
transformada em peptídeo. A gordura, através da lipase pancreática,
transforma-se em glicerol e ácido graxo. E os ácidos nucleicos, a partir da
nuclease, transformam-se em nucleotídeos.
Duodeno As enzimas produzidas pelas células
duodenais formam o suco entérico. Essas enzimas podem ser: lipase entérica,
maltase (que desdobra a glicose), sacarase (que desdobra a sacarose em frutose
e glicose) e a nuclease.
Toda essa
digestão acontece no duodeno, que recebeu o suco pancreático do pâncreas e a
bile da vesícula biliar.
Saindo do
duodeno, chegamos ao jejuno e no íleo, uma porção do sistema que chamamos de
jejuno-íleo.
Jejuno-íleo
A superfície de
contato do jejuno-íleo possui é muito extensa. Sua função é absorver moléculas
orgânicas simples (nutrientes) para distribui-las para o sangue. Quanto maior a
superfície de contato, mais eficiente será a absorção desse material.
O alimento
demora um longo tempo para passar pelo jejuno-íleo e isso se deve às alças
intestinais, dobras que essa porção do sistema digestório possui que aumentam a
superfície de contato e o tempo para absorver os nutrientes. Por toda a
extensão do jejuno-íleo existem as vilosidades e microvilosidades intestinais,
diretamente ligados a capilares sanguíneos. Nesses locais, as moléculas
orgânicas são digeridas e passam para o sangue.
Glândulas
anexas: aumento da superfície interna e da possibilidade de digerir uma
variedade maior de alimentos.
Microvilosidades,
vilosidades e alças intestinais: possibilidade maior de absorção das moléculas
orgânicas.
5) Intestino Grosso
No intestino
grosso ocorre a reabsorção da água. O material que lá chega forma as fezes
(resíduos da digestão) e nelas há matéria orgânica. O que libera as fezes do
organismo são os movimentos peristálticos.
Conclusão do
Sistema Digestório
Nome dado ao alimento:
. Na boca: bolo
alimentar
. No estômago: quimo
.
No duodeno: quilo
O pâncreas é
uma glândula que possui uma parte endócrina e uma parte exócrina. Sua parte
exócrina libera o suco pancreático no duodeno e sua parte endócrina libera
insulina (ação hipoglicemiante) e glucagon (ação hiperglicemiante), que são
hormônios, no sangue.
A insulina
diminui a quantidade de glicose no sangue. As células recebem parte dela, mas
grande parte dessa glicose é recebida pelo fígado, que é o grande armazenador
de glicose, formando o glicogênio (polissacarídeo), a reserva energética dos
animais. Se a glicose for acumulada no sangue, toda a pressão arterial é
alterada, porque o sangue fica hipertônico em relação às células. Assim, a
pessoa começa a urinar muito mais com a presença de glicose na urina, o que não
é algo comum (sinal de diabete).
Aquele que
ingere muita bebida alcóolica, enche a urina de glicose. O álcool passa a ser
utilizado pelo organismo como fonte de energia, ao invés da glicose (que faz
falta nas células). A pessoa desidrata e normalmente sente fome (falta de
glicose na célula). Esse álcool usado como fonte de energia vira gordura quando
o primeiro é absorvido pelo fígado e o retículo endoplasmático liso das células
hepáticas o transforma em gordura. A pessoa urina muito quando bebe porque o
álcool inibe o hormônio anti-diurético produzido em nosso corpo.
Um dos sinais
de ressaca é a sede (quando uma pessoa perde muita água). O álcool também é um
agente dilatador de capilares sanguíneos. Então, as terminações nervosas são
mais pressionadas, provocando dor de cabeça.
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