Aluna: Christine Lobo
Pode-se
classificar a respiração como orgânica ou celular. A respiração orgânica
refere-se a trocas gasosas, com a captura do oxigênio do ambiente, o transporte
desse gás até as células e a eliminação do gás carbônico produzido nas células.
Já a respiração celular refere-se ao processo de produção de ATP, moléculas
carregadas de energia.
Um sistema
respiratório eficiente é aquele que obtém a maior quantidade de oxigênio em
pouco tempo. Ao mesmo tempo, ele tem que ser capaz de liberar rapidamente o gás
carbônico produzido pelas células, que é tóxico ao nosso corpo. Para que o
sistema respiratório consiga absorver gás oxigênio em pouco tempo e liberar gás
carbônico, a superfície interna tem que ser grande. Entretanto, alguns animais
não tem um sistema respiratório eficiente e, consequentemente, seu metabolismo
é mais lento.
Respiração Cutânea Direta e Indireta
Tomando como
exemplo a planária, um platelminto. Seu metabolismo e grau de complexidade são
baixos. O gás oxigênio entra lentamente nela, atravessando as camadas de pele.
As planárias
não possuem sistema respiratório, e as trocas gasosas são feitas pela epiderme,
por difusão. Elas não possuem órgãos especializados em fazer respiração. Este
tipo de respiração recebe o nome de tegumentar ou cutânea. Nela há a entrada do
gás oxigênio presente na água nos tegumentos, que reveste externamente o corpo
dos animais, conferindo proteção ao organismo. Esses tegumentos representam a
entrada do gás oxigênio e a saída do gás carbônico produzido pela planária. Um
gás se desloca para dentro e o outro para fora através desse tegumento.
Chama-se
essa respiração de respiração
cutânea direta, na qual não há a participação do sistema circulatório. Nela,
os gases vão atravessando as camadas de células da planária.
Como
sabemos, as planárias não possuem sangue devido à falta do celoma inicial. Já
os anelídeos, como a minhocas, possuem vasos sanguíneos logo após os tegumentos
de sua pele. Nesse caso de troca de gases, o gás oxigênio que entra, logo após
passar pelo tegumento, entra no sangue e o gás carbônico que sai também passa
pelo sangue. Nesse caso, o sangue participa do processo de distribuição de gás
oxigênio, caracterizando a respiração
cutânea indireta.
A respiração
cutânea indireta é mais eficiente e vantajosa que a direta, porque a
distribuição de gases é mais rápida, já que o sangue recebe o oxigênio e
circula com pressão por todo o corpo do animal.
Na
respiração cutânea é necessário que a superfície seja lisa para haver a troca
de gases.
A superfície
de contato tanto da planária quanto da minhoca não faz diferença, porque nos
dois casos essa área de contato é pequena. Porém, nos dois casos as trocas
gasosas se dão pelo tegumento.
Aos poucos,
essa superfície lisa do corpo passa a ficar liberada de fazer essas trocas
gasosas. O processo evolutivo libera os tegumentos de fazer as trocas gasosas.
Começa a haver o surgimento de sistemas e estruturas especializados em fazer a
respiração. Assim, ocorre um aumento na superfície interna. Isso acarreta na
maior capacidade de captação do gás oxigênio.
A conquista
do meio terrestre começou a partir do momento em que o tegumento já evoluiu:
quando ele se tornou impermeável.
Estudaremos
agora quatro sistemas respiratórios que surgiram ao longo do tempo. Esses
sistemas são: traqueal, filotraqueal, branquial e pulmonar. A importância do
surgimento desses sistemas foi que houve um aumento da superfície interna,
produzindo uma maior captação de gás oxigênio, e favoreceu a conquista do meio
terrestre com o surgimento do tegumento impermeabilizado.
Sistema Traqueal – Inseto
Os insetos
respiram através do que chamamos de traqueias, que representam buraquinhos
microscópicos no corpo dos animais. Cada um deles corresponde a um tubo
ramificado que entra em contato com as células que ficam em um meio gosmento e
aquoso.
Portanto, as
traqueias são pequenos canais que
ligam as células do interior do corpo com o meio ambiente. Cada
túbulo traqueal se ramifica e gera túbulos cada vez mais finos que penetram nas
células, oxigenando-as e removendo o gás carbônico como produto da respiração.
No Sistema
Traqueal, o sangue não participa do processo de troca de gases. A superfície
interna de tal sistema é muito maior que a da respiração cutânea (tanto direta
quanto indireta). A vantagem desse sistema sobre o nosso é que o inseto possui
ramificações espalhadas por todo o corpo, com uma superfície interna imensa.
Os insetos
precisam de muito gás oxigênio para poder voar (com exceção da pulga, que não
voa).
Sistema Filotraqueal – Aracnídeos
Existe um
tipo de respiração muito semelhante à traqueal e que ocorre em alguns
aracnídeos; é a chamada respiração filotraqueal, que ocorre com
escorpiões, carrapatos, aranhas, etc. Esses animais possuem o que chamamos de
filotraqueias, bolsas diretamente em contato com os tecidos. Por serem bolsas,
os gases lá ficam armazenados por um tempo. Se compararmos ao pulmonar, este
tem superfície interna maior e participação de sangue.
Respiração Branquial
Alguns
animais realizam a respiração branquial. Dentre os invertebrados, moluscos,
crustáceos e equinodermos são alguns exemplos. Há também alguns animais
vertebrados que realizam tal processo: peixes e larvas de anfíbios.
Tanto peixes
ósseos quanto cartilaginosos, respectivamente osteíctes e condrictes, realizam
a respiração branquial. A grande diferença de ambas as respirações dos peixes
se dá pela presença do opérculo.
As brânquias (conhecidas como guelras) dos peixes são projeções laterais da faringe. Para
encontrá-las nos peixes ósseos, é preciso levantar o opérculo, uma tampa óssea protetora situada
lateralmente, próxima à cabeça. Cada brânquia é constituída por delicados
filamentos branquiais, que contêm várias lamelas, ricamente vascularizadas. Através dessa
rede capilar, de paredes extremamente finas, dá-se a troca de gases do sangue.
As brânquias
funcionam da seguinte maneira: a água entra pela boca e sai pelas fendas das
brânquias dos animais. O gás oxigênio é um gás dissolvido na água, produzido
pela alga filoplancton. A brânquia é umedecida pela água. Nos peixes ósseos, as
brânquias são cobertas pela abertura do opérculo. Ele abre para que a água
possa sair e o sangue captura o gás oxigênio.
Quando a
água entra pela boca, o opérculo se fecha. Assim que o gás oxigênio é absorvido
pelo peixe, o opérculo abre e a água é expulsa do corpo do animal.
Todo esse
processo é uma hematose, ou seja, uma troca gasosa. Nele, há a troca de sangue
venoso (rico em CO2) e de sangue arterial (rico em O2).
Nos tecidos,
o CO2 produzido pelas células se liga às hemácias que segue até as
brânquias para que esta molécula seja liberada. O gás oxigênio que as hemácias
antes transportavam, ficam nos tecidos.
Repare na
imagem acima que a boca de Bruce está aberta. A verdade é que ela fica
permanentemente aberta. Isso se deve ao fato de que os tubarões, por serem
condrictes, não têm opérculo. Por esse motivo, a água sai e entra continuamente
pela boca. Isso é uma desvantagem que os condrictes apresentam, já que os gases
permanecem pouco tempo no organismo e eles devem nadar o tempo inteiro para que
a água entre em seus corpos.
É por isso
que s tubarões não chegam a dormir. Eles estão sempre alerta, em vigília. Seu
metabolismo desacelera algumas vezes.
Os osteíctes
possuem um órgão que se combina com a boca do animal: a bexiga natatória.
Funciona como um órgão hidrostático e pode ser vista como um órgão que
antecedeu os pulmões. Essa bexiga pode se encher de água e passar o gás
oxigênio para o sangue. Quando ela se enche de água, os peixes podem parar na
superfície da água.
O tubarão,
que não possui essa bexiga, permanece em movimento contínuo tentando captar a
água para que o gás oxigênio entre em seu corpo. A bexiga natatória economiza a
energia do animal.
Lembrando
que, nos peixes ósseos, as brânquias ficam mais tempo em contato com a água já
que eles possuem uma abertura que se chama opérculo, que permanece fechada
enquanto ocorre a hematose, ou seja, a troca de gases dentro do corpo. Ele se
abre quando o gás carbônico precisa sair.
Respiração Pulmonar
Como nós
vimos, a respiração não é feita somente através de sistemas. Pode ser feita
pela pele e por tegumentos. Agora, entretanto, estudaremos o quarto sistema
respiratório: o pulmonar
Pelas
imagens acima, vê-se a evolução dos sistemas pulmonares dos vertebrados
terrestres. Os anfíbios possuem uma menor superfície de contato e sua
respiração é cutânea indireta. Os répteis são possuem um pulmão cuja superfície
interna é um pouco maior, apesar de os pulmões das aves deterem mais de tal
vantagem. As aves também possuem sacos aéreos. Já os mamíferos possuem a maior
superfície de contato dentre os sistemas pulmonares das diferentes classes.
Os anfíbios
fazem respiração cutânea indireta para compensar sua pequena superfície de
contato. Os pulmões dos répteis já dão conta de realizar a respiração do
animal, assim, eles não precisam da respiração cutânea indireta. Seus
tegumentos já são impermeabilizados, reduzindo o risco de desidratação e
conquistando o meio terrestre.
Os sacos
aéreos presentes nas aves são dilatações laterais, cuja grande função é
facilitar o voo. Eles reduzem o peso relativo (reduzindo a densidade).
Ossos
pneumáticos: estruturas que também facilitam o voo das aves. Eles são ocos e
apresentam na parte interna a medula óssea, onde há produção de células
sanguíneas. Em seu interior que ficam os sacos aéreos.
Aerodinâmica
das asas: também facilita o voo das aves. Elas conquistam o meio terrestre sem
causar concorrência com os mamíferos, já que uma classe domina o ar e a outra
domina a terra.
Mamíferos - Respiração Humana
Basicamente
o trajeto do ar pelo sistema respiratório é composto respectivamente por:
narinas, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões.
Todos esses
órgãos, trabalhando em conjunto, levam o ar do meio externo para o meio
interno.
Esse ar do
meio externo, naturalmente, está cheio de poeira, bactérias, gases e partículas
grandes e pequenas. O sistema pulmonar dos mamíferos tem a capacidade de
filtrar esse ar e deixa-lo relativamente puro para o nosso organismo.
Nariz
O primeiro
filtro de nosso sistema pulmonar são os pelos em nossos narizes. Eles retêm
grandes partículas do ar. Atuam com o auxílio de um líquido produzido no
interior das fossas nasais: o muco. Cotidianamente, nós o chamamos de colisa. É
um líquido viscoso, que atua como uma cola.
Fossas Nasais
São duas
cavidades localizadas na base do nariz, que começam nas narinas e terminam na
faringe. São responsáveis pela produção de muco (solução = água + sais minerais
+ proteínas). São responsáveis pela retenção de pequenas partículas.
O espirro é
eliminar as partículas presentes nas fossas nasais, limpando-as.
Quando as
fossas nasais estão irritadas, aumenta-se a quantidade de muco produzido. Parte
dele vai para as narinas e parte vai para a traqueia. Esse processo obstrui as
passagens de ar e causa dificuldade em respirar.
Catarro:
muco em putrefação por causa de bactérias, causando mudança da cor do muco
dependendo da seriedade da situação.
Traqueia
A traqueia é
um tubo cuja função é conduzir o ar. Ela possui anéis cartilaginosos, que
provocam certa rigidez ao órgão. É também um local de filtração do ar.
O epitélio
da traqueia (epiderme de certas estruturas) é formado por células ciliadas. São
células altas e baixas, alternadas na traqueia. As células altas possuem
cílios. Já as baixas, produzem muco. Assim, há a retenção de partículas
microscópicas. Pelo movimento dos cílios, esse muco partículas retidas sobem
para as fossas nasais, impedindo os mesmos de chegar aos pulmões.
Tudo aquilo
que chega aos pulmões e pode ser prejudicial à saúde humana é retido pelo
sistema imunológico.
Portanto:
pelos + fossas nasais + traqueia = retenção de partículas
Pulmões
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