quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

I Guerra Mundial (1914 – 1918)

Aluna: Christine Lobo

A passagem do século XIX para o século XX foi muito festejada na Europa. Afinal os europeus, naquele momento, dominavam os continentes africano e asiático e exerciam poderosa influência econômica sobre o continente americano, onde começava a despontar uma poderosa potência, os Estados Unidos, mas que não chegava ainda a rivalizar com as grandes potências do Velho Mundo. Os europeus viviam a Belle Époque.
A guerra anteriormente conhecida como a Grande Guerra, é considerada diferente das demais que aconteceram. O principal motivo para tal distinção foi o fato de que ninguém esperava que tal conflito duraria quatro anos. Nenhum soldado estava preparado e nem entendia a gravidade da I Guerra Mundial. Parecia que o começo da guerra era o final dela, já que os soldados partiam tão felizes para lutar. Havia o desejo de participar desse momento histórico. A chegada da guerra trouxe entusiasmo para os europeus.
Já havia muitos conflitos entre diferentes territórios e a guerra foi uma síntese de vários fenômenos, mas o começo dela foi marcado pelo assassinato do arquiduque austríaco na Bósnia, Franz Ferdinand. Ele foi assassinado no dia 28 de julho de 1814 pela Sérvia, e o início da guerra se deu exatamente um mês depois, com o ataque austríaco na Sérvia. O assassinato de Ferdinand foi o pretexto para o início da Grande Guerra.
Existiam dois grandes acordos entre países, caracterizando uma situação de oposição entre poderosas áreas na I Guerra Mundial. Essas duas alianças eram chamadas de:

. Tríplice Entente: formada pelos países França, Rússia e Inglaterra. Esses países tinham vários acordos entre si.

. Tríplice Aliança: formada pelo Império Alemão (que na época ainda possua um caesar), pelo Império Austro-Húngaro e pela Itália. A aliança dos dois primeiros países era muito forte.

O Brasil
O Brasil não teve muita participação nessa guerra, apesar de ter chegado a mandar um navio cheio de soldados, que acabaram ficando doentes devido a uma gripe contagiosa. Entretanto, o Brasil também enviou médicos e enfermeiros que auxiliaram na Grande Guerra.

A Itália
O país inicialmente não deseja fazer parte da guerra. Formalmente, ela faz parte da Tríplice Aliança, possuindo um acordo diplomático com a Alemanha. Todavia, em 1815, o país toma posição na guerra ao lado da Tríplice Entente, lutando contra a Áustria, que era o grande obstáculo para a sua tardia unificação. Por esse motivo, os italianos almejavam recuperar as suas terras tomadas pela Áustria.
A Grande Guerra é muito mais conhecida como I Guerra Mundial. Entretanto, se havia somente alguns países europeus lutando uns contra os outros, por que ela é considerada como uma guerra mundial? A resposta encontra-se justamente nos movimentos do colonialismo e do neocolonialismo, também conhecido como Imperialismo. Muitos países foram atingidos por essa guerra, soldados africanos e asiáticos foram inseridos nela de maneira extrema, tendo havido lutas até mesmo em seus territórios. Todas as colônias lutavam com as suas metrópoles. Não chegou a haver lutas em territórios americanos, apesar de estes também terem lutado em territórios europeus. Pela primeira vez ocorre uma guerra que reúne todas as potências do globo.

No início do século XX, as grandes potências já eram altamente industrializadas e extremamente poderosas, não só industrialmente, mas belicamente. Alguns autores marcam o início do século XX em 1914, quando o mundo transformou-se completamente e a Belle Époque acabou. Nesse momento, a industrialização e o conhecimento avançado passaram a ser utilizados para a fabricação de armas. A guerra atuou como uma espécie de muro que se chocou contra a Belle Époque, período em que se acreditava na felicidade e na prosperidade permanente.
                        
                                         

Antecedentes

- Hegemonia europeia
1) Expansão Imperialista (formação de impérios coloniais)
O século XX começa com a Europa no topo. A expansão imperialista é uma demonstração da dominação europeia, com a formação de diversos impérios coloniais. A Inglaterra e a França eram as potências que mais avançavam na corrida imperialista.
2) Supremacia comercial, industrial e financeira
Com a Revolução Industrial, a Europa foi o palco do avanço industrial. O continente exportava muitos produtos industriais e importava muita matéria-prima de países ainda em desenvolvimento, ou de colônias.
Os Estados Unidos começou a desenvolver-se industrialmente cada vez mais. Entretanto, a indústria siderúrgica foi aquela que mais avançou em tal país.
A Europa exportava muito capital, fazia empréstimos e investimentos. Ela era credora de vários países.
Justamente pelo avanço industrial e tecnológico da época, além da corrida imperialista, um dos motivos para a I Guerra Mundial foi o conflito entre a Inglaterra e a Alemanha, as maiores potência da época.
O poder inglês era tão amplo, que as transações econômicas entre países eram feitas com a libra e, após a guerra, passaram a ser feitas com o dólar.
3) Hegemonia cultural
Os países europeus representavam modelos culturais para diferentes países, sobretudo a França. Eles eram vistos como modernos e com estilos avançados dos demais países e por isso eram adotados como padrões.
4) Triunfo do liberalismo econômico e político
No período antes da guerra, as pessoas participavam do comércio, e não de guerras, ainda mais porque não havia tido guerras entre as Grandes Potências nos últimos tempos. Esses viviam no mundo ideal, onde um inglês poderia levar a vida sem nem ao menos sentir a presença do Estado, por este ser extremamente liberal e o capital ser totalmente livre. O liberalismo foi uma das principais vítimas da guerra.

Fatores
Apontar apenas uma razão para a I Guerra Mundial é complicado. Havia uma infinidade de situações problemáticas e de questões mal ou não resolvidas que conduziram a Europa e, depois, o mundo à guerra.
Nessa guerra e, em qualquer conflito, o que aproxima os países são inimigos comuns.
Imperialismo
O Imperialismo, que levara os europeus a dominarem amplamente os continentes africano e asiático, foi um fator poderoso para a guerra, porque lançou as nações europeias a uma disputa ferrenha por áreas coloniais. Quando não havia mais nada para ser dominado, os países que entraram tardiamente na corrida imperialista, necessitando de colônias, entenderam que lhes era necessário propor à Inglaterra e à França uma redivisão das áreas coloniais, com o que estes países, evidentemente, não concordaram.
França versus Alemanha
Décadas antes do século XX, em 1870, ocorrera uma guerra denominada de Franco-Prussiana. O vencedor foi revelado em, em média, cinco semanas. A Alemanha triunfou sobre a França e exigiu uma série de processos que fizeram parte de uma grande humilhação que os franceses sentiram e que os fizeram desejar vingança. Era o revanchismo francês, considerado um sentimento nacionalista na época.
Logo no fim da guerra, Napoleão III foi deposto, causando o começo do processo de humilhação. Para piorar a situação, os alemães exigiram a coroação do Primeiro Ministro da Alemanha na Sala de Espelhos do Palácio de Versalhes, que Luís XIV havia construído no período do Absolutismo e da ideia de que ele era o Rei Sol. A sala foi construída sob a ideia da força do país e de que a França iria conquistar a paz europeia. Foi também na Sala dos Espelhos, que os franceses foram obrigados a ceder o território da Alsácia Lorena.

                                            

Havia um desejo de vingança muito grande da parte dos franceses. A Alsácia Lorena era um território muito disputado e a humilhação que a França passou foi tão extrema, que o ódio aos alemães era ensinado nas escolas.
Havia também uma questão imperialista entre os dois países, pois ambos cobiçavam o território de Marrocos e o último conflito pela posse de tal área foi muito próximo da I Guerra Mundial, em 1913.
Inglaterra e Alemanha
Até um tempo, a Inglaterra era considerada a oficina econômica do mundo. Porém, rivalidades econômicas entre o país e a Alemanha começam a aumentar, à medida que a última começa a crescer cada vez mais.
Enquanto as relações comercias do Brasil com a Inglaterra fossem a maior do nosso país no século XIX, já no início do século XX os Estados Unidos começa a associar-se muito mais economicamente com o Brasil, seguido em segundo lugar pela Alemanha. Em 1913, após os EUA, a Alemanha já é a nação mais poderosa do mundo. A Inglaterra passa a, então, temer cada vez mais a perda de mercados.
Há também uma rivalidade imperialista com o país, além de uma corrida naval armamentista. A Inglaterra era, até então, a Rainha dos Mares, mas estava deixando de ser. Apesar de essa corrida englobar vários países europeus, a maior competitividade encontrava-se entre a Alemanha e a Inglaterra.
O apoio que a Alemanha deu aos Bôeres nos conflitos que ocorreram em território africano, também aumentou a rivalidade da Inglaterra e da Alemanha. 
Corrida Armamentista
Nenhum país estava verdadeiramente preparado para a guerra. Como visto anteriormente, a Alemanha liderava junto com a Inglaterra essa produção bélica, gerando competitividade. Entretanto, nem mesmo eles estavam preparados para o que vinha a seguir. Quando a guerra começa, a capacidade de produção de armas era menor do que a necessidade delas.
Por isso, houve a criação da ideia de Paz Armada, citada abaixo.
É importante ressaltar que todos os governos apelavam para o conceito de “paz armada” para justificar os novos gastos militares. Segundo eles, preparar-se para a uma guerra era a melhor maneira de garantir paz, pois os possíveis adversários não ousariam iniciar um conflito contra uma nação fortemente armada. É um argumento falho, já que cada Estado, vendo os outros se armarem, também procurava fazer o mesmo.
Nacionalismo Exacerbado
O nacionalismo exacerbado não é patriotismo, mas surge da ideia de que o benefício está no prejuízo do outro. O nacionalismo foi um sentimento cujos significados variaram muito na história.
Na metade do século XIX, com a Primavera dos Povos, o nacionalismo estava ligado à ideia de união dos países e povos neles residentes.
Já em anos próximos da I Guerra Mundial conflitos nacionalistas pipocavam em toda a Europa com a ideia de ser superior ao outro, ser beneficiado através do sufrágio do outro. A Irlanda procurava libertar-se da Inglaterra; na Alsácia-Lorena a situação era muito tensa, pois a população francesa almejava libertar-se dos alemães. No interior do Império Austro-Húngaro, dezenas de nacionalidades eram reprimidas: italianos, sérvios, croatas, eslovacos, eslovenos, tchecos, poloneses, húngaros, todas desejando seus próprios Estados Nacionais.
                                                                
Na região balcânica, área que parecia ser tão sem importância, essas questões eram explosivas. Os europeus de diferentes países começam a cobiçar cada vez mais o domínio sobre a região. A região ainda fazia parte do Império Turco até que, no início do século XX, conseguiu se libertar. Surgiram, então, a Bulgária, a Romênia, a Sérvia, a Grécia e a Bósnia-Herzegovina como Estados soberanos. Os sérvios queriam incorporar territórios vizinhos para ter acesso ao mar, contrariando os interesses austríacos, que não desejavam ter vizinhos poderosos.
Alemãs e russos possuíam, ainda, projetos de unir os povos germânicos e eslavos. O pangermanismo consistia em dominar as áreas da Europa onde houvesse contingentes germânicos (Países Baixos, Luxemburgo, Império Austríaco) e o pan-eslavismo visava transferir para o Império Russo o controle de todos os povos eslavos europeus (e eles estavam fundamentalmente radicados na península Balcânica).
Tantos conflitos provocados pelas questões nacionalistas alimentavam o receio de uma guerra, e cada país procurava se armar contra a suposta ameaça. Nesse momento, começa a haver a formação de alianças.
Ao fim de várias negociações nesse sistema de alianças, conseguiu-se fechar a Tríplice Aliança, envolvendo os Impérios Alemão e Austro-Húngaro e a Itália.
Sabedores dessa aliança, os franceses, preocupados com a possibilidade de serem invadidos, procuraram fazer seus pactos. Aproximaram-se da Inglaterra e, posteriormente, fizeram acordos econômicos com o Império Russo e acertaram a Tríplice Entente, cujos objetivos eram defensivos, como a Tríplice Aliança. Esse sistema de alianças refletiam as tensões existentes e ajudam a esclarecer as engrenagens que deram início à guerra, no verão europeu de 1914.
A península balcânica
A península balcânica sempre foi considerada uma área extremamente complicada e palco para muitos conflitos. Nesse período, a região balcânica se encontrava no meio de interesses divergentes. A península era dominada pelo Império Otomano (parte do Estado turco), o que acarretava muitos conflitos de dominação e de território. Um dos interesses comuns dos europeus era o de enfraquecer esse império turco e, após algum tempo, a Áustria passou a vencer o império da região e a dominar diferentes áreas.
A Sérvia, que fazia parte da península balcânica, aliou-se à Rússia que apoiava os eslavos que lá viviam e desejava dominar os estreitos que lhe garantiriam o acesso ao Mediterrâneo. Já o Império Austro-Húngaro, não via com bons olhos a possibilidade do surgimento de novos Estados que viessem a trazer-lhe dificuldade. Enquanto isso, a Bulgária aliava-se com a Alemanha.
                            
                                                   

Em 1908, ocorreu a primeira crise , quando os austríacos anexaram as regiões da Bósnia e da Herzegovina, provocando a ira dos sérvios. Em 1912, ocorreu a segunda crise, quando se formou a “liga balcânica”, que entrou em guerra contra o Império Turco, vencendo-o e tornando possível a independência da Albânia, Sérvia, Bulgária, Grécia e Montenegro.
Impulso para a guerra
A independência da Albânia e a anexação da Bósnia-Herzegovina pelos austríacos impediam que a Sérvia realizasse seu projeto de expansão em direção ao mar. Isso causou descontentamento e levou os setores mais radicais dos nacionalistas sérvios a criarem uma organização terrorista, a Mão Negra, que tinha ramificações na Bósnia. E foi justamente um estudante da Bósnia, Gavrilo Princip, quem recebeu a incumbência de executar o plano de assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand e de sua esposa.
O ultraje para os austríacos era que alguém de sangue real fosse assassinado, apesar de ele não ter tanta importância para a Áustria (mesmo sendo o herdeiro do trono). A ideia de que o governo sérvio estava atentando contra a Áustria espalhou-se por todo o país.
A verdade é que o assassinato de Ferdinand serviu muito mais como uma desculpa do que como uma razão para os austríacos declararem guerra no mês seguinte. A Áustria sempre desejou a região da Sérvia. Belgrado, capital da Sérvia, foi alvo de uma forte desconfiança, tendo os austríacos acreditado que a capital participara do plano. 
O culpado foi torturado e confessou o seu envolvimento com os sérvios. Foi o que bastou para que o governo austríaco exigisse uma série de providências. A Rússia deu toda proteção aos sérvios.
Num primeiro momento, o governo sérvio optou por atender a algumas das exigências austríacas, recusando apenas a que feria a soberania sérvia. O imperador austríaco não aceitou tal recusa e o governo sérvio passou a recusar todas as exigências, recebendo assim, a declaração de guerra, em 28 de julho de 1814. Era o início do conflito que, por meio de alianças e pactos, envolveu diversos Estados.
Antes do dia 28 de julho, vários países já mobilizavam seus exércitos para a guerra, dentre eles a Rússia, a Alemanha e a Áustria-Hungria. De 28 de julho até 4 de agosto, todos os países protagonistas da guerra já estavam envolvidos no conflito.
Plano Schlieffen
Em 1914, os alemães tinham claros interesses em vencer conflitos rapidamente e assim desfrutar das conquistas resultantes de um rápido triunfo. Entretanto, o elevado desenvolvimento bélico das nações inimigas tornava esse projeto um tanto quanto complicado. Nesse contexto, o Plano Schlieffen entrou em ação para viabilizar os objetivos militares germânicos.

Criado em 1905, por Alfred von Schlieffen, Comandante do Exército alemão, esse plano oferecia uma alternativa para que os alemães vencessem uma guerra na Europa.
A Alemanha dividia fronteiras com duas grandes adversárias na I Guerra Mundial: a França e a Rússia.
Segundo o plano, os alemães deveriam investir em um pesado ataque contra a França, já que a fronteira com o país não era tão grande quanto a fronteira que compartilhavam com a Rússia. A ideia da Alemanha é derrotar rapidamente a França em somente seis semanas, para depois derrotar o ameaçador exército russo. Os alemães haviam provado, anteriormente, a sua capacidade de derrotar a França em pouco tempo (na Guerra Franco Prussiano, de cuja duração também foi de seis semanas).
                                      
                                        

Entretanto, a França tinha mobilizado poderosos exércitos em sua fronteira. Logo, a Alemanha bolou um plano um tanto mais complexo: atravessar o território belga para conseguir atacar o exército francês. Essa passagem atrasaria os alemães, ao invés de ajudar. 
A Inglaterra enviou um ultimato à Bélgica para que o país permitisse a sua passagem. Rapidamente, o país negou o caminho pelo seu território para alcançar a França. Isso provocou a invasão alemã no território belga.
Em 1o de agosto de 1914, a Alemanha declara guerra contra a Rússia. Como a Rússia não aceitava o fortalecimento da Áustria e desejava dominar áreas da península balcânica, ela declarou proteção aos eslavos. Em 3 de agosto, a Alemanha também declara guerra contra a França.
Até esse momento, nenhum país declara guerra contra a Alemanha. Até a Inglaterra se inserir na guerra.

Inglaterra se cansa de esperar

Até então, a Inglaterra só observava o que acontecia no restante da Europa. Os conflitos em diversas regiões e o revanchismo em outras não eram compartilhados pelo país, cujo antecedente na guerra era principalmente o seu desejo de continuar sendo a Rainha dos Mares e a maior potência da Europa. Por esse motivo, sua maior rivalidade era a Alemanha.
O país divulga pelo povo o quanto seria ruim a França ser derrotada pelos alemães. Mas, na verdade, o que a ideia representa é o quanto seria ruim a Alemanha vencer e se tornar a grande liderança do continente europeu. Por isso, a Inglaterra almeja entrar na guerra e vê sua oportunidade com a invasão alemã na Bélgica.
Em 1839, a Inglaterra assinou um acordo de neutralidade com a Bélgica e utilizou-se do pretexto de defender o país devido a esse acordo. A Inglaterra viu a oportunidade de se inserir na guerra pelo acordo de neutralidade com a Bélgica de 1839 e em 4 de agosto de 1914, declarou guerra à Alemanha.
A invasão da Bélgica era parte do Plano Schlieffen. A força esmagadora da Rússia seria derrotada na concepção dos alemães após a invasão à França através da Bélgica. Mas tomar o caminho da Bélgica atrasou os alemães. O rei Albert I, na Bélgica, podia não ter o melhor exército europeu, mas era durão. Ele estava disposto a lutar contra a Alemanha. Em Liege, uma cidade da Bélgica, chegou-se a destruir pontes para impedir o avanço alemão pelo território.
Os alemães, bem equilibrados belicamente, foram avançando à medida que a guerra se prolongava. Aos poucos, foram surgindo trincheiras da Bélgica à Suíça. O exército britânico vinha chegando cada vez mais das colônias e do próprio país.
Obs.: as mulheres já trabalhavam em fábricas de arma nessa época. Essa foi uma mudança grande no papel da mulher na sociedade que a guerra trouxe.


Na véspera do Natal de 1914, uma trégua espontânea e não oficial entre o exército inglês e alemão ocorreu. Os soldados chegaram a trocar souvenires e lembranças, cantaram músicas natalinas.
Quando os oficiais da guerra descobrem sobre a Trégua de Natal de 1914, eles ficam furiosos. Na guerra, não se olha para o outro e nem para si mesmo como humano. Eles tinham que olhar para o outro como inimigo, adversário, não como se fosse um homem, que tivesse família e vida. Por isso, o racionalismo foi uma vítima da guerra.
Fases da Guerra
Primeira Fase: Guerra de Movimento (1914 – 1915)
Muitos conflitos ocorriam ao mesmo tempo. Batalhas aconteciam na Bélgica, confrontos envolvendo Alemanha e França se desenrolavam e austríacos e russos encontravam-se na Bósnia para lutar. Os belgas atrasaram os alemães, retardando seu avanço. Entretanto, apesar de os alemães não conseguirem avançar, os belgas também não conseguiam fazê-los recuar.
Esse primeiro momento é caracterizado, sobretudo, pelo avanço alemão. Apesar de eles não conseguirem progredir, nenhum exército conseguia expulsá-los de territórios.
Segunda Fase: Guerra de Trincheiras (1915 – 1916)
Nessa fase da guerra ocorreu principalmente a construção de trincheiras urbanizadas. A dificuldade era avançar dessas trincheiras. É por isso que, nessa época, houve grande avanço bélico. Os tanques de guerra começaram a ser desenvolvidos nessa época, servindo como grande forma de passar pelas trincheiras. Eles precisam passar pelo exército adversário, fazê-los sair de territórios. No final da guerra, as trincheiras cortavam quase toda Europa Ocidental, da Bélgica à Suíça.
Os exércitos passavam meses nas trincheiras. A realidade da guerra era péssima e as trincheiras ofereciam condições péssimas para os soldados. Apesar de a estratégia mais utilizada ter sido dormir de dia e atacar de noite, todos faziam o mesmo processo.
Antes de chegar à terceira fase da guerra, falemos um pouco mais sobre a participação dos Estados Unidos na guerra.
Estados Unidos
A partir do momento em que a Doutrina Monroe foi instaurada nos Estados Unidos, o país passou a adotar uma postura isolacionista e tentava não se envolver muito em questões mundiais que podiam prejudicar seus interesses.
Durante o período da I Guerra, o presidente Woodrow Wilson conquistou o slogan de ser aquele que manteve o país fora da guerra. Entretanto, em 1917, um navio estadunidense é atacado e o ódio do país aumentou. O presidente Wilson foi ao Congresso nesse mesmo ano, alegando que a guerra da Alemanha era contra o comércio e a as relações econômicas que os EUA mantinham com países como a França e a Inglaterra. Por isso, ele pede para entrar na guerra nesse Congresso e convence a todos.
                                      
A Alemanha estava se tornando cada vez mais forte e, se ela ganhasse a guerra, os interesses financeiros estadunidenses entrariam em risco. Esses interesses envolviam a França e a Alemanha.
No dia seis de abril de 1917, os Estados Unidos declararam guerra à Alemanha.
1917 foi um ano marcante também devido à saída da Rússia da guerra. Em pleno século XIX, o país ainda era feudal e sua industrialização era atrasada. A guerra agravou a crise econômica que sucedia no país. O Czar caiu em fevereiro de 1917, o que veremos mais detalhadamente no próximo resumo.
Para sair da guerra, o país teve que negociar com os inimigos. A Rússia cedeu territórios para a Alemanha, sendo esse o desejo alemão desde o princípio. No fim da guerra, esses países se tornam independentes. Portanto, a entrada dos EUA na guerra compensa um pouco a saída da Rússia.
Terceira Fase: vitória dos aliados (1918)
No dia 11 de novembro de 1918, a Alemanha assinou um armistício, declarando um cessar fogo e dando fim aos combates. Não é ainda o Tratado de Paz, mas é o início das negociações. O país fracassa.
Os Problemas da Guerra
. Econômicos
Problemas de abastecimento: racionamento. A burguesia passava por algo que nunca havia antes passado: o controle da quantidade de coisas, a restrição e limitação do volume de alimentos para o povo, que antes viviam a Belle Époque. A partir de então, todas as gerações que vieram adquiriram a ideia de não desperdiçar nada. Esse racionamento foi muito duro para os burgueses acostumados com a abundância e com a fartura.
Além deste problema, temos outros de caráter econômico: a intervenção estatal na economia e o endividamento dos países europeus com os Estados Unidos.
A economia da época estava voltada para a guerra. Com a intervenção estatal, o governo passa a influenciar a economia, vitimando o liberalismo econômico.
Durante a guerra também ocorreu o fortalecimento do poder executivo, fazendo com que os parlamentos se tornassem menos autoritários.
Diante da realidade da guerra, o nacionalismo também enfraquece. Muitos soldados abandonaram seus postos. A “União Sagrada” representa um termo do nacionalismo no qual todos trabalham para a vitória de seus países, mas as situações precárias que muitos passaram durante a guerra atingiu os limites dela.
Obs.: não se sabia muito bem como o Movimento Operário agiria durante a guerra, mas até os trabalhadores diminuíram a sua força e seu domínio durante a guerra.
Resumindo os efeitos da Guerra:
. Desequilíbrio entre produção e consumo que gera crise econômica e inflação.
. Fim da Belle Époque.
. Inflação no fim da guerra.
. Destruição e mortes de muitos homens.
. Europa entra em declínio: antes da Guerra, ela ocupava uma posição hegemônica. Super potências a formavam. Mas os EUA alcançam a importância dela. Apesar de ainda não ser a maior potência mundial, houve a ascensão dos EUA.
. Pauperização das classes média.
. Agravamento da crise russa.
. Projeção social e política da mulher, que passa a ter uma posição diferente. Algumas trabalharam na Guerra.
. Desaparecimento dos grandes impérios: alemão, austro-húngaro, turco-otomano (que se desintegra) e russo.
. Surgimento de novos países em função do fim dos grandes impérios.
. Fascismo surge com o declínio do pensamento liberal.
























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