segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Século XIX do Brasil

Aluna: Christine Lobo
A coroação de D. Pedro II dá início ao Segundo Reinado (1840 – 1889)
Fases:
   1)      Consolidação do Império (1840 – 1850)
O Império ainda corria riscos de fragmentação territorial. Em mais ou menos dez anos, a aristocracia rural finalmente aliviou-se quando houve a consolidação territorial. Em 1847, houve a adoção do chamado “Parlamentarismo às avessas” que durou até 1889.
   2)      Apogeu do Império (1850 – 1870)
A crise econômica na qual o Brasil se via mergulhado desde o governo de D. Pedro I começa a dar sinais de melhora na chegada da metade do século XIX. O Brasil começou a exportar outros produtos (como o café) e a situação econômica melhora. Com a melhoria da crise econômica, a crise financeira também começou a ser superada.
No apogeu do império também houve tentativa de modernização através dos chamados “surtos industriais”, que se caracterizou pela presença limitada e rápida de indústrias que não se consolidaram no Brasil.
Nesse período a mão de obra escrava também começava a ser substituída pela mão de obra livre, acontecimento impulsionado pelo fim do tráfico negreiro.
   3)      Declínio do Império (1870 – 1889)
Nessa época ocorre a Guerra do Paraguai, que acaba trazendo muitos prejuízos ao Brasil. Muitos escravos lutaram e, apesar de terem recebido liberdade no fim da guerra, suas famílias continuavam sendo vítimas da escravidão.
O apogeu do Império
O apogeu do Império, que durou de 1850 até 1870, está diretamente relacionado à cafeicultura e às suas consequências para o Brasil. O grande destaque desse período é a economia que também estava vinculada à produção de café pelos cafeicultores, sobretudo do Sudeste.
Após a rebelião praieira ter sido vencida, o país mergulha em um período mais tranquilo, no qual a aristocracia rural finalmente vê-se aliviada, ainda com o poder nas mãos.
Portanto, a superação da crise regencial, a reorientação centralista e conservadora e a estabilidade do Império a partir de 1850 encontram-se relacionadas à economia cafeeira.
A estrutura econômica e política do Brasil não havia sido alterada com a emancipação política de Portugal e continuava tão colonial e escravista quanto no período colonial. Quando o café começou a ganhar grande valor no mercado internacional, a estrutura monocultora ainda era a predominante em nosso país, assim como a economia escravista.
Desenvolvendo-se principalmente no Sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a cafeicultura forneceu uma sólida base econômica para o domínio dos grandes proprietários daquela região e favoreceu, enfim, a consolidação do Estado Nacional.
Obs.: Origem do Café
A produção e o consumo do café tiveram origem entre os árabes, sendo esse produto conhecido pelos europeus desde o século XVI e ganhou sucesso mundialmente somente no século XIX, tendo o café superado no Brasil todas as culturas tradicionais.

O início
A produção comercial cafeeira teve como espaço inicial o Rio de Janeiro. Nessa região, o café encontrou infraestrutura já montada, reaproveitando mão de obra escrava disponível devido ao declínio da mineração. Além disso, havia abundância de animais de transporte e proximidade com o porto, que eram fatores favoráveis ao escoamento para o exterior. O café requeria muita mão de obra e terras, e o Rio de Janeiro possuía ambos. É um produto que também não solicita modernização e máquinas para o seu desenvolvimento.
 No mesmo período, a região do Pará também já contava com plantações do produto, apesar de ser um produto cujo maior desenvolvimento ocorre em climas amenos. No Brasil, nunca houve problemas de produção do café. Os recursos naturais são totalmente favoráveis para a produção dessa mercadoria, o que fez com que ele fosse o maior produto de exportação brasileiro durante 100 anos.
O nosso maior concorrente na época era o Ceilão (atual Siri Lanka), uma colônia inglesa na Ásia, porém houve um surto de pragas que provocou o declínio da colônia, e a consequente alegria dos cafeicultores brasileiros, que começaram a atingir uma superprodução.
A expansão cafeeira
Na primeira década do século XIX, a cultura cafeeira já havia atingido a cidade do Rio de Janeiro, começando pelo litoral (Angra dos Reis e Parati), em direção a São Paulo. Porém, foi no Vale do Paraíba que o café prosperou.
A fixação do café no Vale do Paraíba deveu-se às condições geográficas excepcionais: clima adequado, regularidade das chuvas, etc. Lá existia um relevo acidentado e consequente cultivo descontínuo (feito em encostas). Existe uma série de técnicas para a plantação em áreas de declividade, mas esses cafeicultores plantavam em qualquer lugar. A cafeicultura caracterizou-se como uma cultura extensiva e predatória. Em consequência disso, o solo esgotou-se rapidamente no Vale do Paraíba e a cultura cafeeira entrou em declínio.
De 1830 a 1880, toda a energia econômica voltou-se para o cultivo do café, que era vendido sem concorrência, ao mercado europeu em expansão. Tornou-se, por isso, o estabilizador da economia da época, a ponto de dizer que “o Brasil é o vale”.
A economia cafeeira fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Ou seja, todos esses fatores constituem o desejo de manutenção da ordem por parte da aristocracia rural.
O Oeste Paulista
A estagnação e decadência do Vale do Paraíba não significaram, contudo, o declínio da cafeicultura no Brasil, que encontrou novo espaço no Oeste Paulista. Neste local havia a existência de relevo plano, propondo melhores condições de cultivo, e mão de obra escrava. O Oeste Paulista foi um cenário de transição da mão de obra escrava para a mão de obra livre (imigrantes).
Lá também havia a existência da famosa terra roxa, oriunda da decomposição das rochas vulcânicas. Na realidade, essa terra possui a coloração vermelha e é extremamente favorável para a produção de café devido a sua imensa fertilidade. A regularidade do relevo favorecia a melhor conservação do solo no Oeste paulista, assegurando por mais tempo a qualidade do café.  O escoamento do produto também era beneficiado por um custo menor do que do Vale do Paraíba, graças às redes viárias disponíveis.
Com o deslocamento do café para o interior e seu escoamento para o mercado externo em Santos, tornou-se necessário solucionar a questão do transporte até o porto.
De início, utilizou-se o transporte animal. Porém, à medida que as distâncias aumentaram e o volume da safra se multiplicou, por iniciativa dos próprios cafeicultores as estradas de ferro foram construídas: a São Paulo Railway (dinheiro vindo da Inglaterra), ligando Santos a Jundiaí (1868) é um exemplo forte de transporte ferroviário implantado na época.
O fim definitivo do tráfico negreiro em 1850 fez com que os cafeicultores buscassem outros tipos de mão de obra, como a mão de obra livre. Com a falta de africanos chegando ao Brasil, os escravizados que aqui restavam custavam muito caro.
Politicamente, a aristocracia rural tradicional continuou no poder. Um exemplo forte é que Prudente de Moraes, um forte cafeicultor paulista do fim do 2o Reinado, tornou-se o primeiro presidente do Brasil. O partido republicano surgiu em São Paulo. E, foi lá também, que ocorreu o maior impulso de modernização no século XX.
Importância do Café
A produção cafeeira trouxe muitas consequências positivas para o território brasileiro. Como exemplos delas, podemos citar:
. Recuperação da balança comercial, tendo inclusive havido superávits (há mais exportação do que importação).                                                                                                                               . Reinserção do Brasil no mercado externo.                                                                          
.Preservação da estrutura agroexportadora tradicional (latifúndio, mão de obra escrava, monocultura).                                                                                                                                            . Contribuição para a dinamização de outras atividades econômicas (manufatura, transportes)
. Favoreceu a consolidação da hegemonia política da aristocracia rural do Sudeste
Obs.:
. As pessoas não queriam modernizar o modelo da agricultura e o café preserva esse antigo modelo agroexportador.                                               
. O café permanece durante a república e durante o Segundo Reinado.                                               . .O café enriquece e fortalece os saquaremas (os conservadores eram conhecidos por tal nome na época, devido ao fato de que vários deles moravam em Saquarema na época).                                    . .O Imperialismo chega no Brasil com o fortalecimento do café.
Modernização da Economia – “surtos industriais”
Com o desenvolvimento da agricultura no Brasil, a crise econômica foi vencida e, consequentemente, a crise financeira. Desde 1860, os superávits tornaram-se constantes nas relações comerciais com o exterior, ajustando novamente a economia brasileira ao mercado internacional. Assim, em contraste com o período anterior e conturbado da Regência, teve início no Brasil uma nova era de relativa prosperidade.
Os surtos industriais eram caracterizados pelo surgimento repentino de indústrias, manufaturas e pequenas fábricas que não foram fruto do desenvolvimento do governo, baseados em medidas protecionistas à produção nacional que ocorreram ao acaso. Não era o objetivo do governo modificar a estrutura econômica do país, já que os proprietários rurais somente desejavam riquezas provindas de escravos trabalhando em suas terras.
A modernização da economia brasileira ocorreu com a síntese de múltiplos fatores – não almejados pela elite agrária brasileira. Dentre tais fatores estão incluídos: Tarifa Alves Branco, abolição do tráfico e ascensão do café. Eles influenciaram uma onda de empreendimentos urbanos, entre eles o surgimento de 62 empresas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de navegação a vapor, etc.
Tarifa Alves Branco:
A Tarifa Alves Branco de 1844 representou uma mudança significativa ao elevar os direitos alfandegários de 15% para 30% sobre os produtos que não fossem juntamente produzidos no Brasil e de 15 % para 60 % sobre aqueles produtos que eram similares a produtos nacionais. Normalmente, quando o governo está precisando de capital, ele aumenta seus impostos. Por isso, países como a Inglaterra, que desde o Tratado de 1810 assinado por D. João tinha certo poder alfandegário sobre o Brasil, perdeu essa aliança.
O objetivo da Tarifa de Alves Branco era o de arrecadação de dinheiro com a elevação das tarifas alfandegárias, mas provocou um efeito indesejável pela elite agrária: o protecionismo.
Antes das Tarifas Alves Branco, a situação do Brasil de dependência econômica de outros países era extrema.  Os países tinham ainda mais direito alfandegário brasileiro pelo fato de que nosso país dava concessões a países europeus e aos Estados Unidos para que eles reconhecessem nossa independência.

A inexistência de uma produção nacional que suprisse as necessidades internas de consumo fez do Brasil uma economia dependente do fornecimento externo. Vários gêneros alimentícios e produtos de uso corriqueiro eram trazidos de fora. Essa dependência que nosso país nessa época tinha da Inglaterra, dos Estados Unidos e de outros países europeus apenas havia transferido para muitos os benefícios que antes só cabiam a Portugal. O país continuava, no plano econômico, essencialmente colonial.
Essa distorção, que dificultava o acúmulo interno de capital, foi parcialmente corrigida em 1844, com a substituição do livre cambismo por medidas protecionistas, através da Tarifa Alves Branco.
Existem certos motivos de o porquê esses surtos não foram fortes o suficiente para inaugurar a definitiva industrialização brasileira. Esses motivos foram:
1) Concorrência estrangeira impedindo a nossa industrialização.                                    
2) Mercado consumidor interno restrito. Como o nosso país ainda possuía um grande contingente da população composto por escravos, estes e muitas outras pessoas com renda financeira limitada não podiam consumir os produtos produzidos. 
3) Como o Brasil era um país agroexportador, ninguém pensava em tornar a indústria uma alternativa econômica. Os proprietários e grandes fazendeiros não estavam interessados na indústria, mas sim no poder. Essa agricultura era voltada para o mercado externo.
A Abolição do Tráfico Negreiro
Em meados do século XIX foi extinto no Brasil o tráfico negreiro. A iniciativa não foi por vontade nem por decisão do governo brasileiro, mas resultou da pressão britânica. Vários fatores explicam o porquê dessa atitude do governo inglês. Em primeiro lugar, a Revolução Industrial do século XVIII, na Inglaterra, que generalizou o emprego do trabalho assalariado, tornou a sociedade “sensível” ao apelo abolicionista.
As sociedades europeias do século XIX, que acompanharam o exemplo britânico evoluindo ao empregar o trabalho livre assalariado, passaram a ver a escravidão em toda a sua desumanidade, criando bases para uma opinião abolicionista. Na verdade, muitos não sentiam nenhuma sensibilidade com o sistema escravista, mas como o capitalismo industrial é um sistema baseado no crescimento permanente e com a abertura de novos mercados, os escravos significavam pessoas não consumidoras e, portanto, as sociedades escravistas representavam sérios “bloqueios à expansão”.
Tendo abolido o tráfico em suas colônias em 1807, e a escravatura em 1833, a Inglaterra passou a exigir o mesmo do Brasil, a partir dos tratados de 1810, apesar de D. João não ter seguido tal acordo. Em 1815, através do Congresso de Viena, estabeleceu-se a proibição do tráfico acima da linha do Equador, atingindo importantes centros fornecedores de escravos, que passavam por muitos conflitos. Escravos malês, muito comuns no Brasil, vinham dessas áreas agora proibidas, que traziam escravizados para o nosso território. Com tal tratado, a Inglaterra passou a patrulhar o Atlântico norte. Esse tratado já atinge a quantidade de escravos que entram no Brasil, que diminui a partir dessa data.
Após 1822, a Inglaterra estabeleceu o fim do tráfico negreiro como uma das exigências para o reconhecimento da emancipação do Brasil. D. Pedro concordou com tal demanda em 1826, tendo um prazo de três anos para que o fato procedesse. A lei em si não foi adicionada na Constituição e a prática do tráfico continuou ocorrendo, apesar desta ter passado a ser considerada como um ato de pirataria. Finalmente, no dia 7 de novembro de 1831, uma lei formalizou esse compromisso, feita pela aristocracia rural.
Apesar das crescentes pressões britânicas, o tráfico continuou impune no Brasil. As pessoas simplesmente ignoravam a lei que passara a proibir a vinda de escravizados de fora do país, e poucos a seguiam. A razão era simples: toda a economia brasileira, desde a época colonial, dependia do trabalho escravo. A abolição do tráfico criaria enormes dificuldades à economia, comprometendo as suas bases produtivas.
Ademais, aqueles que mais precisavam dos escravizados para trabalhar em suas grandes propriedades de terra eram os proprietários, que compunham a aristocracia rural que estava no poder desde que D. Pedro abdicara o trono em 1831.
É importante destacar que, enquanto no Brasil as pessoas ainda praticavam o tráfico negreiro mesmo após a determinação da lei de 1831, em 1833 na Inglaterra, a escravidão já estava acabando.
Ao invés do tráfico se extinguir, cresceu ainda mais, enquanto a Inglaterra esforçava-se por cumprir os termos dos tratados de Viena, patrulhando o Oceano Atlântico. Quando os ingleses se deparavam com navios suspeitos, eles os investigavam. Porém, muitos traficantes jogavam os escravizados no Oceano, tentando não atrair a atenção britânica e receber multas.
Em 1844, a Tarifa Alves Branco é aprovada, aumentando ainda mais o ressentimento da Inglaterra para com o Brasil. Por isso, diante da passividade do governo brasileiro ante o tráfico negreiro, a Tarifa Alves Branco e o não cumprimento de diversos tratados assinados pelo Brasil, a Inglaterra tomou uma atitude extrema: em agosto de 1845, o Parlamento inglês aprovou a lei chamada Bill Aberdeen, conferindo à Marinha o direito de aprisionar qualquer navio negreiro com indícios de tráfico, fazendo com que os envolvidos respondessem por quaisquer atividades ligadas ao tráfico diante do governo britânico. Dessa forma, os ingleses agiam de forma extremamente autoritária.
A Lei Eusébio Queirós: em março de 1850, o primeiro-ministro inglês, Gladstone, obrigou o Brasil ao cumprimento dos tratados. O governo brasileiro finalmente cedeu a tais exigências, promulgando a lei de extinção do tráfico pelo ministro Eusébio Queirós. Ele libertou mais de 500 escravos, argumentando seus atos da seguinte forma: aqueles escravos que chagaram no Brasil após 1831 e filhos de escravos que haviam chegado ao Brasil após a mesma época deveriam ser libertados. Essa Lei Eusébio de Queirós se refere à lei de 1831, concretizando-a, realizando-a. A punição dos comerciantes que haviam trago os escravos após em 1831 era grande: eles recebiam uma multa e eram obrigados a levar os escravos para os países africanos novamente. Havia também uma recompensa para quem denunciasse os traficantes.
Obs.: Não era somente a Inglaterra que almejava o fim do tráfico. Os pequenos fazendeiros e endividados (a maior parte do Nordeste) também possuíam um interesse muito grande por esse processo, já que desse modo, eles poderiam vender seus escravos por altos preços a pessoas do Sudeste que não tinham novos escravos chegando aos seus domínios de terra pelo fim do tráfico.
Consequências: A Lei de Eusébio Queirós liberou uma soma considerável de capital, que passou a ser utilizada em outros setores da economia. As atividades comerciais, financeiras e industriais receberam um grande estímulo nessa época.
Com a abolição do tráfico, os dias da escravidão no Brasil estavam contados.
Imigrantes no Brasil
Com o fim do tráfico dos escravos, o governo brasileiro começou a preocupar-se de maneira acirrada a respeito de quem seria a futura mão-de-obra. Por isso, a segunda metade do século XIX marcou o início de uma política mais agressiva de estímulo à imigração europeia para o Brasil. Essa política tinha como objetivos: embranquecer a sociedade brasileira do século XIX, ocupar áreas estratégicas ou pouco povoadas e estabelecer uma nova mão de obra para as fazendas cafeeiras.
As classes mais ricas da sociedade nessa época não acreditavam que o Brasil alcançaria a modernização plena se o país fosse composto por indígenas e mestiços em sua maior parte.
Naquele período, iniciava-se a maior migração de povos até então já ocorrida na História para diferentes países do mundo.
O café requeria muita mão de obra, coisa que eles não detinham com o fim do tráfico. A partir disso, algumas consequências ocorreram:
. Houve a intensificação do tráfico interprovincial: pequenos trabalhadores vendendo seus escravos para que suas dívidas fossem vencidas.                                                                                          . Trabalho livre e assalariado começou a surgir como solução. 
. Preconceito contra os trabalhadores livres do Brasil (preguiçosos e indolentes eram adjetivos muito comuns) e preconceito contra o trabalho braçal nas lavouras (“coisa de escravo”).
Cada vez mais os escravos esgotavam-se com seus trabalhos pesados, e muitos preferiam ir para a cadeia a trabalhar nas lavouras de café de São Paulo, cujas condições eram muito precárias. Assim, eles se uniam e machucavam seus proprietários, desejando ir para cadeias. Após a revelação dos escravos no Haiti, o governo detinha de um medo imenso de os escravos se unirem exigindo o fim da escravidão. Por isso, muitas vezes, os próprios proprietários tinham que contratar advogados para defender seus escravos que o machucaram, pois o preço dos escravos era muito alto.
Com o preconceito contra a mão de obra livre brasileira pelos proprietários e o começo do fim da escravidão, a solução que o governo encontrou era a de trazer estrangeiros para o Brasil.
Mão de obra estrangeira
A mão de obra estrangeira era branca e europeia, o que correspondia aos interesses do governo brasileiro de embranquecer a população, apesar de a desculpa deste era a de que os europeus detinham de técnicas avançadas e diferentes.
Os europeus emigravam fundamentalmente por razões econômicas. Naquela Europa em modernização, faltavam empregos e muitos não tinham acesso a terras. Logo, eles procuravam outros lugares para viver, buscando melhores condições de vida. Países como a Austrália e o Brasil.
Em 28 de junho de 1890, foi decretada a Lei dos Imigrantes, que permitia a entrada de todos estrangeiros que tivessem como objetivo trabalhar no Brasil, com exceção dos africanos e asiáticos, mendigos e indigentes. Se os navios trouxessem essas pessoas, seus comandantes sofreriam multas. Os homens solteiros que viessem exercer trabalho deveriam ter entre 15 e 50 anos.
Os deficientes poderiam desembarcar no Brasil gratuitamente contanto que viessem com pelo menos duas pessoas que trabalhassem.
Obs.:                        Colonos                      X                          Imigrantes
                             
 Ocupação de territórios através do povoamento          Mão de obra para as grandes lavouras
Lei de Eusébio Queirós e Lei de Terras: as duas coincidiram na mesma época, consolidando juntas, o capitalismo no Brasil. A Lei de Terras transformava a terra em uma mercadoria, vendendo as terras devolutas por altos valores. Os estrangeiros só poderiam comprar terras após alguns meses, e durante esses meses, sua única alternativa era o trabalho nas lavouras.
1a Experiência da mão de obra livre: Sistema de Parceria
Antes de o tráfico acabar, no período em que os ingleses já estavam agindo, todos já sabiam o que estava por vir. Por isso, começaram a buscar rapidamente alternativas para mão de obra.
Senador Vergueiro (1847): o Senador Vergueiro se destaca por ter sido escolhido pelo Imperador, possuindo uma fazenda denominada Ibicaba, no interior de São Paulo (estado que mais recebe imigrantes nesse período). Ele é um dos maiores exemplos de pessoas que utilizaram o Sistema de Parceria.
Nessa época, fazendeiros como Vergueiro, mandavam para a Europa agentes que pudessem convencer os europeus a vir para o Brasil trabalhar. A passagem, as despesas de transporte e a instalação dessas famílias em território brasileiro eram todos pagos pelos proprietários, que a partir de então, passavam a deter de um poder de controle desses estrangeiros.
Os fazendeiros então davam para esses estrangeiros, certo número de pés de café para que eles lhes cuidassem e produzissem. Do que os estrangeiros conseguissem lucrar, 50% pertenceria ao fazendeiro e a outra metade ao trabalhador. Contudo, tendo que pagar a dívida para o fazendeiro, aqueles 50 % do trabalhador também diminuíam. Muitos estrangeiros permaneciam anos trabalhando e nunca conseguiam pagar a sua dívida.
Vergueiro e muitos outros tinham maneiras de se relacionar com os imigrantes semelhantes à maneira que eles tratavam os escravizados. Muitos também enganavam os estrangeiros e roubavam seu dinheiro.
Assim, os estrangeiros começaram a sentir-se cada vez mais explorados, apesar de não conseguirem reclamar com ninguém, já que um Senador era o seu proprietário. Os escravos também se incomodavam com a situação, já que seus trabalhos eram os mesmos dos estrangeiros, mas esses detinham de casas e acomodações mais confortáveis, tratados também de maneira diferente.
Então, os imigrantes de revoltam. Portanto, a tentativa de Sistema ou Colono de Parceria foi um fracasso.
2a Experiência da mão de obra livre: Imigração subvencionada
Começou a ocorrer em 1860, sendo ainda mais forte em 1870.
A imigração subvencionada, ou subsidiada, era aquela na qual o Estado arcava com as despesas de passagens e instalação dos emigrantes. Ninguém, desse modo, fica endividado.
O imigrante passa a ser assalariado. Ele recebe de acordo com o quanto produziu e no fim do ano, normalmente, recebiam uma bonificação.

O período de maior imigração no Brasil foi entre 1880 e 1914.

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