Aluna: Christine Lobo
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Argumentação por causa e consequência
Uma maneira eficaz de defender um ponto de vista é explicar os motivos que te levaram a posicionar-se daquela forma. Esse é um dos tipos de
argumentos mais frequentes e eficazes, já que argumentar é dizer os porquês que sustentam sua tese.
“Já que os valores morais da sociedade brasileira se
encontram tão destroçados (pelo menos no momento), é preciso buscar novas
formas de conter os distúrbios de nosso convívio humano e as ameaças à nossa já precária coesão social.”
O autor se utilizou de um
conectivo que expressa relação de causa “já que”, exemplificando o seu argumento
através do uso de outro que expressa o motivo pelo qual ele adota a sua tese.
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Argumentação por exemplificação
Um exemplo sempre traz força à argumentação, pois mostra casos reaisem que a tese se prova verdadeira.
Nesse sentido, é muito importante selecionar exemplos fortes, preferencialmente
de conhecimento geral ou surpreendentes. Um exemplo mal escolhido, por ser pouco
representativo, pode suscitar no leitor desconfiança e
uma forte contra argumentação.
“Nessa semana, de
novo. O professor do
Instituto de Computação da Universidade de Campinas, Jorge Stolfi, disse
em audiência na Câmara Federal que as urnas eletrônicas
utilizadas nas eleições no Brasil não são seguras e permitem fraudes.
E mais: que o sistema pode
ter interferências para beneficiar um ou outro
candidato sem que a fraude seja detectada.
Lembrou que vários países –
Estados Unidos, Alemanha, Holanda e
Inglaterra, entre outros – não utilizam
as urnas eletrônicas como no Brasil porque já
detectaram que elas não são imunes ao que chamou
de “riscos incontornáveis” de fraude.”
Jorge Stolfi manifesta
claramente seu ponto de vista no trecho “as
urnas eletrônicas utilizadas nas eleições no
Brasil não são seguras e permitem fraudes. E mais: que o
sistema pode ter interferências para beneficiar um ou outro
candidato sem que a fraude seja detectada.” Para
defender essa opinião, utiliza como argumento exemplos de países que discordam
do sistema de votação eletrônica:
“vários países – Estados Unidos, Alemanha, Holanda e
Inglaterra, entre outros – não utilizam
as urnas eletrônicas como no Brasil porque já detectaram que elas não são imunes ao que chamou
de ‘riscos incontornáveis’ de fraude”.
. Argumentação
por dados estatísticos
Para provar o que se diz, dados estatísticos são comumente
utilizados, visto que são fruto de pesquisas feitas por órgãos de reconhecimento público. É preciso tomar cuidado, no entanto, para selecionar quais dados serão usados, citando a fonte de que foram retirados.
“De acordo com pesquisa realizada pelo IBOPE,
a pedido da agência de publicidade 141 SoHo Square, as mulheres das classes C e D são as que mais acreditam que o
Brasil não está bem, mas vai melhorar em 2009, com índices de 46% e 44%, respectivamente. Na classe A, o percentual verificado foi de 41%.”
. Argumentação
por testemunho de autoridade
Nos textos de escrita acadêmica, é muito frequente que, para respaldar uma tese, um autor se refira a pesquisas anteriores, de outro pesquisador. Para isso, cite a fonte de onde retirou a citação empregada em seu texto, tendo cuidado de empregar como
argumento as palavras de alguém reconhecido como profundo conhecedor da causa discutida.
"O Brasil está muito atrás de outros países que até produzem menos artigos científicos.
Dificilmente um País que produz ciência não faz
as duas coisas. Todos têm ciência e patentes, mas não é
o caso do Brasil", disse Jorge
Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).
O autor do artigo, em sua argumentação,
denuncia o baixo número de patentes registrado no
Brasil, apesar da alta produção científica. Para defender essa tese, clara logo no primeiro
parágrafo, o autor se vale das palavras de uma autoridade no assunto,
Jorge Guimarães, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (Capes).
A própria instituição por ele presidida é
reconhecida internacionalmente como referência no que diz respeito à pesquisa científica.
. Argumentação
por contra argumentação
Muitas vezes,
ao redigir um texto argumentativo, você já imagina quais
serão os possíveis
posicionamentos contrários de alguns leitores. Para fortalecer sua argumentação, você pode
citar essas visões diferentes da sua
e contrapor-se a elas, utilizando o que chamamos de contra argumentação.
“A crise econômica é também uma crise da globalização. Dizia-se antes
que o poder do Estado estava sendo
corroído pela interdependência da globalização. Ora,
o que vimos é que esta foi
de fato responsável pelo contágio da doença.
O remédio, porém, vem sendo administrado pelo
Estado nacional por meio dos bancos centrais e
dos Tesouros.”
A tese central defendida pelo autor no trecho analisado
é que, “apesar da globalização,
permanece intacta a configuração dominada pelo Estado-Nação”.
No entanto, para chegar a essa afirmativa,
o texto parte de uma ideia contrária a ela:
“Dizia-se antes que o poder do Estado estava sendo
corroído pela interdependência da globalização”.
É importante perceber que a oposição entre essa afirmativa inicial e
a tese defendida pelo autor não torna o texto contraditório.
Na verdade, para fortalecer sua argumentação, o autor afirma algo que era dito antigamentepara logo rechaçar essa
ideia, na frase: “O remédio, porém, vem sendo administrado pelo
Estado nacional por meio dos bancos centrais e dos Tesouros”. A palavra “porém” dá suporte à tese defendida.
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